Linfedema

O linfedema é um acúmulo anormal de linfa — fluido rico em proteínas — nos tecidos, resultando em inchaço, geralmente nos braços ou pernas. Após cirurgias axilares, como a linfadenectomia no tratamento do câncer de mama (o chamado esvaziamento axilar), a drenagem linfática pode ser comprometida, levando ao linfedema secundário.  Sua prevalência pode variar entre 6% e 40% dependendo de inúmeros fatores.

⚠️ Fatores de Risco e Agravantes
  • Número de linfonodos removidos: maior número aumenta o risco.
  • Radioterapia: pode danificar vasos linfáticos.
  • Obesidade: associada a maior incidência de linfedema.
  • Infecções: como celulite, podem agravar o quadro.
  • Imobilidade: reduz o fluxo linfático
🩺 Sintomas Comuns
  • Inchaço no braço ou mão do lado operado.
  • Sensação de peso ou rigidez.
  • Dor ou desconforto.
  • Diminuição da mobilidade.
  • Alterações na pele, como endurecimento ou infecções recorrentes.
# Medidas Preventivas de Complicações:

FABRO, Erica Alves Nogueira et al. Atenção fisioterapêutica no controle do linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama: rotina do Hospital do Câncer III/Instituto Nacional de Câncer. Revista Brasileira de Mastologia, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 4–8, 2016. DOI: 10.5327/Z201600010002RBM.

🛠️ Tratamentos e Cuidados

– ARAGÃO, Denise Carneiro; RAFAEL, Fernanda Mancilla de Castro; CORDEIRO, Nathaly dos Santos. A importância da fisioterapia no tratamento de linfedema pós-mastectomia. Revista Brasileira de Fisioterapia, [S.l.], v. 29, n. 140, p. 1–8, nov. 2024. DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411241928

❓ Perguntas Frequentes
É comum a sensação de dormência na mama ou no braço após uma cirurgia mamária ou axilar?

Sim, é muito comum. Dormência, formigamento ou sensação de anestesia em parte da mama, axila ou braço ocorrem frequentemente após cirurgias mamárias — principalmente quando há manipulação ou ressecção de nervos periféricos.

Isso acontece, por exemplo na mastectomia (com ou sem reconstrução), na quadrantectomia com esvaziamento axilar e na biópsia de linfonodo sentinela.

A principal causa é a lesão ou secção (corte) de ramos do nervo intercostobraquial, nervo responsável pela sensibilidade da região axilar e da face interna do braço. Estudos mostram que até 65% das pacientes relatam alguma forma de alteração sensitiva no pós-operatório imediato [Fabro et al., 2016].

A duração da dormência é variável. Na maioria das pacientes, há uma melhora gradual ao longo de semanas ou meses, à medida que os nervos passam por regeneração (o que pode levar de 3 a 12 meses). No entanto, em algumas mulheres, a sensibilidade pode não retornar totalmente, resultando em áreas cronicamente hipoestésicas (com menos sensibilidade).

Fatores que influenciam o tempo de recuperação: extensão da cirurgia (quanto maior a dissecção, maior o risco), associação com radioterapia (pode retardar a regeneração nervosa), idade da paciente e comorbidades (como diabetes, que afeta nervos periféricos) e cuidados no pós-operatório.

A dormência isolada, sem outros sintomas, geralmente não é sinal de complicação grave. Porém, atenção deve ser redobrada se houver:

Dor intensa e progressiva;

Perda de força no braço ou mão; 

Edema progressivo (inchaço), calor local ou vermelhidão, que podem sugerir linfedema ou infecção; 

Choques ou queimação persistente (podem indicar neuropatia sensitiva ou síndrome dolorosa crônica pós-mastectomia). 

Caso esses sintomas surjam, o ideal é procurar o mastologista ou fisioterapeuta especializado para reavaliação e possível encaminhamento para neurologia ou reabilitação.

Sim. Algumas medidas ajudam a melhorar a recuperação nervosa e evitar o agravamento do quadro:

Exercícios de reabilitação precoce, orientados por fisioterapeuta especializado;

Estimulação tátil e térmica leve da pele com objetos de diferentes texturas para “ensinar” o cérebro a reconhecer novos estímulos (neuroplasticidade);

Evitar compressão excessiva na área dormente (ex: roupas apertadas ou dormir sobre o braço operado);

Hidratar bem a pele para reduzir o risco de lesões em regiões com pouca sensibilidade;

Em alguns casos, o uso de medicações neuromoduladoras (como pregabalina, gabapentina ou antidepressivos tricíclicos) pode ser indicado para dor neuropática persistente — mas sempre sob prescrição médica.

📚 Referências
  1. ARAGÃO, Denise Carneiro; RAFAEL, Fernanda Mancilla de Castro; CORDEIRO, Nathaly dos Santos. A importância da fisioterapia no tratamento de linfedema pós-mastectomia. Revista Brasileira de Fisioterapia, [S.l.], v. 29, n. 140, p. 1–8, nov. 2024. DOI: https://doi.org/10.69849/revistaft/pa10202411241928.
  2. BERGMANN, A.; MATTOS, I. E.; KOIFMAN, R. J. Incidência e prevalência de linfedema após tratamento cirúrgico do câncer de mama. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 53, n. 4, p. 461–470, 2007.
  3. BERGMANN, A. et al. Fatores de risco para linfedema após câncer de mama. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, n. 4, p. 290–296, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/. Acesso em: 31 maio 2025.
  4. FABRO, Erica Alves Nogueira et al. Atenção fisioterapêutica no controle do linfedema secundário ao tratamento do câncer de mama: rotina do Hospital do Câncer III/Instituto Nacional de Câncer. Revista Brasileira de Mastologia, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 4–8, 2016. DOI: https://doi.org/10.5327/Z201600010002RBM.
  5. FRANCO, A. M. et al. Fisioterapia complexa descongestiva no tratamento do linfedema de membro superior pós-mastectomia radical: revisão de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 1, e5278, 2021. Disponível em: https://acervomais.com.br/. Acesso em: 31 maio 2025.