
Conheça o Mama Care: Cuidados pré e pós operatórios
Olá! Seja bem-vindo(a)!
Eu sou Flora Ulisses, médica mastologista, e é com muita satisfação que apresento este blog dedicado aos cuidados pré e pós-operatórios das principais cirurgias mamárias e axilares.
Meu objetivo aqui é transmitir informações claras, precisas e confiáveis para pacientes e profissionais de saúde. A ideia é contribuir para reduzir tanto as taxas de cancelamento cirúrgico quanto as complicações pós-operatórias, garantindo um acesso rápido e seguro ao conhecimento.
Neste espaço, você encontrará conteúdos sobre temas essenciais, como:
- Orientações sobre o jejum antes da cirurgia;
- O que deve ser suspenso ou mantido no pré-operatório;
- Cuidados com drenos e curativos no pós-operatório.
Dentre inúmeros outros assuntos.
Toda essa estrutura faz parte do meu projeto de mestrado em Ensino na Saúde e Tecnologias Educacionais, visando aprimorar a disseminação de informações de forma acessível e eficaz.
Agradeço sua visita ao site e espero que essas informações sejam extremamente úteis para você! Até breve!
Perguntas frequentes
Por quanto tempo preciso usar o sutiã pós-operatório?
O uso do sutiã cirúrgico após mamoplastias, incluindo colocação de próteses mamárias, mastectomias e reconstruções, tem como objetivo reduzir edema, proporcionar suporte e melhorar o conforto. A recomendação varia conforme o tipo de cirurgia e a conduta do cirurgião, mas, em geral, seu uso contínuo é indicado por pelo menos 4 a 6 semanas. Estudos mostram que o uso prolongado pode reduzir a dor e a retenção de líquidos, além de auxiliar na adaptação dos tecidos à nova estrutura mamária. Para cirurgias menores, como quadrantes simples sem reconstrução e retirada de nódulos mamários, o uso de sutiã é opcional, apenas para aumentar o conforto, e não precisa obedecer esse período de tempo.
Qual a chance de rejeição da prótese mamária?
A rejeição propriamente dita de uma prótese mamária é rara, pois o silicone utilizado é biocompatível. No entanto, podem ocorrer complicações, como contratura capsular (formação excessiva de tecido cicatricial ao redor da prótese), cuja incidência varia de 5 a 19% dependendo do tipo de implante e da técnica utilizada. Infecção e seromas persistentes também podem levar à necessidade de remoção da prótese.
Por quanto tempo não pode aferir pressão ou fazer esforço após o esvaziamento axilar?
Após um esvaziamento axilar, é essencial evitar pressão excessiva no braço operado para prevenir linfedema (inchaço do braço operado) e outras complicações. As diretrizes recomendam não aferir pressão no membro operado de forma permanente, devido ao risco de sobrecarga linfática. Quanto ao esforço físico, atividades leves podem ser retomadas após 4 a 6 semanas, mas exercícios vigorosos e levantamento de peso só devem ser feitos com liberação médica, geralmente após 3 a 6 meses.
Qual a chance de meu braço ficar inchando após cirurgia nas axilas?
O edema axilar intermitente pode ser causado por seroma, linfedema ou fibrose cicatricial. O seroma, acúmulo de líquido na região operada, ocorre em até 50% dos casos de esvaziamento axilar e pode persistir por algumas semanas. O linfedema pode ocorrer em 6 a 30% dos pacientes, dependendo da extensão da cirurgia e da radioterapia associada. A reabilitação precoce com fisioterapia e drenagem linfática pode reduzir esses riscos. Assim como controle de peso, tendo em vista que sobrepeso e obesidade são fatores importantes relacionados ao linfedema.
Bibliografia:
- AC CAMARGO CANCER CENTER. Reabilitação pós-cirurgia de mama: orientações para pacientes. São Paulo: AC Camargo,
- BERG, L.; MARTINEZ, J. L. L.; SERENA, T. E. Meeting report: promoting wound healing by optimising dressing change frequency. Wounds International, v. 10, n. 3, p. 44-51, 2019.
- BLACKBURN, J.; STEPHENSON, J.; ATKIN, L. Exploring and understanding challenges in clinical practice: appropriate dressing wear time. Wounds UK, v. 14, n. 5, p. 56-64, 2018.
- BRINDLE, T.; FARMER, P. Undisturbed wound healing: a narrative review of literature and clinical considerations. Wounds International, v. 10, n. 2, p. 40-48, 2019.
- EUROPEAN CENTRE FOR DISEASE PREVENTION AND CONTROL. Annual epidemiological report for 2016: surgical site infections. Estocolmo, 2018. Disponível em: https://www.ecdc.europa.eu/sites/portal/files/documents/AER_for_2016-SSI.pdf. Acesso em: 19 mar. 2025.
- FOLLI, F. B.; PERES, J. V. A.; ROCHA, L. R. Avaliação fisioterapêutica para identificação de complicações pós-operatórias em pacientes mastectomizadas: um estudo descritivo. Revista Eletrônica Amplamente, Natal/RN, v. 1, n. 4, p. 45-54, out./dez. 2022. ISSN: 2965-0003. DOI: http://dx.doi.org/10.47538/RA-2022.V1N4-04. Acesso em: 19 mar. 2025.
- GAMERMANN, P. W.; STEFANI, L. C.; FELIX, E. A. (Org.). Rotinas em anestesiologia e medicina perioperatória. Porto Alegre: Artmed, 2017.
- GEOVANINI, T. Tratamento de feridas e curativos: enfoque multiprofissional. São Paulo: Rideel, 2014. 512 p.
- INSTITUTO MARCIO KOZONARA. Lista de medicamentos suspensos no pré-operatório. [S.l.]: Instituto Marcio Kozonara, [s.d.]. Disponível em: https://www.institutomarciokozonara.com.br. Acesso em: 19 mar. 2025.
- LEAPER, D. An overview of surgical site infection. Wounds UK, v. 11, n. 5, p. 14-19, 2015.
- MANICA, J. (Org.). Anestesiologia: princípios e técnicas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
- MILLER, R. D. (Ed.). Miller’s anesthesia. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
- MYLES, P. S. et al. Restrictive versus liberal fluid therapy for major abdominal surgery. The New England Journal of Medicine, v. 378, n. 24, p. 2263-2274, 2018. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1401105. Acesso em: 19 mar. 2025.
- NAJJAR, P. A.; SMINK, D. S. Prophylactic antibiotics and prevention of surgical site infections. Surgical Clinics of North America, v. 95, p. 269-283, 2015.
- NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CARE EXCELLENCE. Surgical site infections: prevention and treatment. NICE Guideline: NG125, 2019.
- PEREIRA, R. J.; MUNECHIKA, M.; SAKATA, R. K. Tratamento da dor após procedimento cirúrgico ambulatorial. Revista Dor, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 61-67, jan./mar. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rdor. Acesso em: 19 mar. 2025.
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA. Atualização na diretriz da anestesia regional em uso de anticoagulantes. Brazilian Journal of Anesthesiology, v. 70, n. 2, p. 177-192, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bjan.2020.02.006. Acesso em: 19 mar. 2025.
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA CRANIOMAXILOFACIAL. Guia de suspensão pré-operatória de medicamentos. [S.l.]: SBCCP, [s.d.]. Disponível em: https://www.sbccp.org.br. Acesso em: 19 mar. 2025.
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Rastreio e controle da hiperglicemia no perioperatório. Diretriz oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2023. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/rastreio-e-controle-da-hiperglicemia-no-perioperatorio/. Acesso em: 19 mar. 2025.
- STEPHEN-HAYNES, J. The benefits of undisturbed healing using ALLEVYN Life™. Wounds International, v. 6, n. 4, p. 18-21, 2015.
- WORLD UNION OF WOUND HEALING SOCIETIES. Closed surgical incision management: understanding the role of NPWT. Wounds International, 2016. Disponível em: https://www.woundsinternational.com/resources/details/consensus-document-closed-surgical-incision-management-understanding-the-role-of-npwt-wme. Acesso em: 19 mar. 2025.
- WOUNDS UK. Medical adhesive-related skin injuries (MARSI) made easy. 2015. Disponível em: https://www.wounds-uk.com/resources/details/medical-adhesive-related-skin-injuries-marsi-made-easy. Acesso em: 19 mar. 2025.